Juntou dinheiro para financiar um veículo e, por algum motivo, não conseguiu mais pagar as parcelas? Esta foi a realidade de 5,4% das pessoas que financiaram veículos em 2023 e que, agora, estão com pagamentos atrasados há pelo menos 90 dias, segundo o Banco Central. É a maior taxa de inadimplência nesta modalidade de empréstimo desde 2015. Se você está nessa situação, a dica é se organizar para renegociar a dívida o quanto antes. Isso porque, como o financiamento de veículos é um empréstimo com garantia, você corre o risco de perder o veículo, caso não consiga honrar os compromissos financeiros.
Mas não se desespere, a Claudia Andrade, head de Cobrança e atendimento da Recovery, empresa líder na compra e gestão de créditos inadimplentes no Brasil, dá dicas para evitar que seu automóvel vá a leilão e demonstra os cenários de como isso pode acontecer:
Quando um veículo pode ser tomado por conta das dívidas?
Normalmente, ao comprar um carro financiado, você está assumindo um empréstimo com garantia. Isso significa que, se você deixar de fazer os pagamentos do financiamento, o credor tem o direito de retomar o carro para recuperar o valor emprestado. A partir do primeiro dia de inadimplência, a instituição financeira já pode notificar o devedor, avisando-o do não pagamento da parcela. Se essa notificação volta positiva, ou seja, o cliente teve ciência de que o pagamento não foi identificado, isso já é um critério para que a instituição possa ajuizar uma ação judicial. Caso a pessoa esteja com o financiamento em atraso e por algum motivo não veja a notificação, a instituição financeira deve, então, dar andamento e registrar o protesto.
Após a notificação ou protesto, o processo é feito via ação judicial para que o juiz conceda a liminar de busca e apreensão do veículo. Uma vez apreendido, o devedor tem um prazo para pagar o valor do veículo integralmente. É o que chamamos de purga de mora. Ou seja, essa é a última oportunidade que o devedor terá para regularizar a dívida e manter a propriedade do veículo. Caso contrário, ele vai à leilão para cobrir todos os custos e as parcelas em atraso.
Conheça os direitos do devedor
Como vimos, antes do processo judicial para busca e apreensão de veículo, quem está inadimplente deve ter ciência das parcelas em atraso, seja via notificação ou protesto. A pessoa tem, também, o direito de purga de mora, ou seja, de quitar o valor do financiamento para manter o veículo antes que ele vá a leilão. Outra possibilidade é a entrega amigável com quitação: é possível devolver o automóvel ao credor para a quitação da dívida. Essa opção nem sempre está disponível e cabe ao credor fazer uma análise do veículo antes de aceitá-lo.
Fui notificado ou protestado. O que fazer?
Se você acabou se enrolando com as parcelas e foi notificado pelo não pagamento do financiamento de veículo, é hora de se organizar e buscar uma renegociação que caiba no seu bolso, evitando o risco de perder o patrimônio que tanto lutou para conquistar.
Se eu deixar de pagar o acordo da dívida, posso perder meu veículo?
Sim. Caso o seu veículo não tenha sido ajuizado, ao deixar de honrar o acordo, você pode ser notificado e, então, passar pelo processo de busca e apreensão. Se você já tinha uma ação judicial sobre o veículo, ela pode ser reativada e o processo judicial volta a correr normalmente. Nas duas situações, caso não haja um novo acordo ou o pagamento total do valor devido, o carro pode ser apreendido e ir a leilão.
O que acontece se o veículo é vendido pelo banco por um valor menor ou maior do que a dívida?
Após a venda do veículo em leilão, o valor obtido é utilizado para abater a dívida existente. Se o valor arrecadado no leilão não for suficiente para quitar integralmente a dívida, o devedor permanece responsável pelo pagamento do saldo remanescente e o credor pode buscar a diferença restante por meio de uma ação de cobrança.
Na situação oposta, se o valor obtido na venda do veículo, for superior ao montante necessário para quitar a dívida e as despesas, isso inclui o saldo devedor principal, juros, multas, e quaisquer outras despesas relacionadas ao contrato e ao processo judicial, o excedente deve ser devolvido ao devedor
Como as dívidas dos veículos chegam às empresas de recuperação de crédito, como a Recovery?
Quando um banco ou financeira faz um empréstimo para a compra de um carro e não recebe o pagamento, ela passa a cobrar seu cliente por um determinado período. Com o passar do tempo, porém, esse processo fica oneroso e ela pode ceder a dívida para organizações especializadas em recuperação de crédito.
Vale a pena renegociar a dívida do veículo?
Com certeza! Se você está com dificuldades para manter os pagamentos em dia, a renegociação ajuda você a fechar um novo acordo que caiba em seu orçamento. Ao renegociar, você pode conseguir alongar o prazo de pagamento, diminuindo o valor das parcelas que irá pagar em cada mês. Assim, você não corre o risco de ficar inadimplente e perder o veículo.
Quais cuidados devo tomar depois que comecei a quitar o acordo?
Assim como qualquer outra dívida, depois de fazer um acordo de renegociação, é hora de se organizar financeiramente para manter os pagamentos em dia e evitar que seu veículo vá a leilão. Para isso, é muito importante fazer um orçamento detalhado, que ajude você a entender quanto dinheiro entra e quanto sai todo mês. Assim, fica mais fácil identificar se é possível reduzir ou cortar algum gasto para sobrar o dinheiro necessário para pagar a dívida. Outra boa ideia é fazer renda extra, ganhando mais fôlego financeiro até quitar todas as parcelas.
Sobre a Recovery
A Recovery é uma empresa do Grupo Itaú e plataforma especialista em recuperação de crédito no Brasil. Líder de mercado, a companhia possui sob sua gestão mais de R$ 150 bilhões de créditos inadimplidos e, atualmente, mais de 35 milhões de clientes com dívidas ativas em sua base. Mais informações em https://www.gruporecovery.com